Ontem tive que terminar uma apresentação para uma reunião com gentes da Casa-Mãe. Primeiro reuni com os chefe, às 17h, afinação dos últimos dados, discussão para a frente e para trás, por uns acham uma coisa, outros outra. A partir de certa altura o cansaço mental era de tal forma que os cálculos, por mais simples que fossem, eram todos feitos na máquina. Às 21h engolimos qualquer coisa que um colega levou (na verdade, o que sobrou deles, porque o chefe nem se lembrou que nós comemos...) e liguei ao meu homem a dizer para se ir embora, que eu antes da meia noite não estava despachada.
Acabei por sair às 00h30 e, qual não é a minha surpresa, quando o vejo a passar a abrandar ao meu lado, quando me estava a dirigir ao meu carro!! Tão querido!!! Esperou por mim, para não conduzir 60km, depois de um dia extenuante. É lindo!!
... Será Chuva?! E não é que é mesmo? Em Lisboa, às 16:32, depois de um trovão tímido, caem furiosamente uns pingos grossos. Assim como chegaram, também foram: depressa e sem aviso, foi-se, esta chuva de pouca dura... Serviu apenas para assentar a poeira.
...Porque os 33 já foram, e cheguei a meio dos "inta". Um dia lindo, com namoro, passeio, boa comida, sem pressa e sem trabalhar- pela primeira vez. E, se Deus quiser, nos próximos anos já sei o que me ofereço de prenda: não trabalhar nesse dia! Que bem que soube!
Os Madeirenses, Portugueses como nós, mas com mais regalias, que nós, aqui do "Contenente", sustentamos, acham que a saúde deve ser gratuita. Ora, eu pergunto-me se os cerca de 6 milhões de otários (será este o número?) da parte do país pegada a Espanha, tem que pagar as taxas moderadoras (e outras coisas mais) para que estes senhores vivam à grande.
Além disso, parece que, na Madeira, os locais estão isentos e só pagam os estrangeiros. E eu faço outra pergunta: será que, estando um de nós, aqui do Continente, na ilha, por motivos pessoais ou profissionais, e se tivermos uma qualquer indisposição que nos obrigue ir ao hospital ou a um centro de saúde, temos que pagar a taxa, qual estrangeiro, ou estaremos isentos?!
Vou ali respirar para o saco e venho já...
Sorte! A Sorte que ainda temos e que, tantas vezes lamentamos. Ainda fico perplexa quando me apercebo que ainda há tanta atrocidade neste mundo... Hoje, de manhã, chorei. De revolta, por pena, dando Graças por me sentir uma privilegiada. Mesmo com os (des)governantes que vamos tendo, com o país à beira da ruína, com a crise de valores. Mas que, felizmente, não é - ainda - profunda, como na Síria. Onde o azar pode ficar escrito na testa, logo à nascença; porque se teve a pouca sorte de se nascer no sítio errado, quem sabe à hora errada. E que, pelo simples facto de lá estarem, na Síria, podem não vir a ter a dignidade que todo o ser humano merece. Bem sei que, tristemente, isto não se passará unicamente na Síria. No malfadado Hospital Militar de Homs, onde civis, rebeldes, etc, a maioria Síria, são torturados por médicos, seus conterrâneos. Acorrentados às camas, operados sem anestesia, sem água para beber, entre outros tipos horríficos de torturas. Jovens que devem passar as suas horas a desejar a morte...
Por vezes, é preciso relativizar para vermos que sim, temos Sorte! Espero lembrar-me disso, pelo menos, durante todo o dia de hoje. E que eles, lá do outro lado do Mundo, tenham melhores dias e melhores vidas.
Volto à vaca-fria... Apesar do que que se lê, do que se ouve, do que dizem os psicólogos, os pais não querem saber. Tapam os ouvidos, como as crianças, quando o que lhes está a ser dito não lhes interessa, pior, quando as incomoda. Faz-se orelhas moucas e acha-se que se está a educar. E eu observo, suficientemente de perto, para perceber que os pais relegam a educação para segundo plano. O que interessa é que os meninos os achem os maiores, mais um dos colegas de recreio. Amiguinhos, em vez de pais. E vão empurrando com a barriga, para serem amigos dos filhos, em vez de seu educadores. Porque é esse o seu papel. E porque ser pai, mãe, custa. Custa pô-los no lugar deles, fazê-los entender hierarquias e que, quem manda são os mais velhos.
Mas não. Dá-se-lhes o poder de fazer o que lhes apetece, ou de não fazer o que não lhes apetece. E eles percebem que, desta forma, "castigam" os pais quando as coisas não lhes correram de feição: não dão beijo de boa noite porque não lhes apetece, não falam durante uma semana, porque não lhes apetece, etc. E não são repreendidos. Porque podem ficar aborrecidos... Abrem-se precedentes deste tamanho! Dá-se o poder às crianças. Espero que, mais tarde, não seja tarde demais.
Não sei o motivo: imagino que a crise contribua. As crises. A económica e a de espírito. E que, por esse motivo, as pessoas deixem de gastar dinheiro para ir ao teatro ou, quando vão, procurem comédias, que para dramas já têm a própria vida. Gostei da peça - já tinha visto o filme - e das representações. Não conheço o trabalho de nenhum deles, mas o nome da Paula Lobo Antunes não passa despercebido a ninguém. Foram quase 3 horas que nos prenderam ao palco e aos actores. A nós, à dúzia e meia de gatos pingados que estava assistir. E não deixei de sentir pena deles. Porque o teatro é feito para uma audiência directa, ao contrário da televisão ou do cinema. E são os aplausos e os vários rostos interessados que dão alento para voltar a palco no dia seguinte, e repetir tudo, do início, com o mesmo entusiasmo. Senão, fica o "vamos lá, tem que ser, mesmo que tenhamos que representar para 1 pessoa".
A crise mata o teatro?
Cocó na Fralda, abordou uma polémica que me tem feito pensar e sobre a qual me tem apetecido escrever. Vai daí , aproveitei o meu comentário ao post dela e tiro este prego do peito.
O nosso ministro da Saúde e o próprio INFARMED dizem que a atitude da Roche, por ter decido cortar o fornecimento a 23 hospitais devedores, é ilegal. Vejamos o exemplo de alguém com uma mercearia, que tem que comprar o produto, pagar os empregados, água luz, limpeza, impostos, contabilidade, etc, e as pessoas a quem vende os bens não pagam. E depois vem alguém, cheio de razão, dizer que a mercearia não pode deixar de vender a quem não paga que é ILEGAL (esta até deu vontade de rir), porque as pessoas têm que comer... Imagine-se a situação em que os senhores governantes deixariam de receber da fonte que eles próprios representam: o Estado. Quantos meses teriam ele que continuar a trabalhar sem receber? Dez meses, mais de 20, para sempre? E, se ao fim de poucos meses, eles decidissem que, sem ganhar, deixariam de trabalhar, poderíamos nós dizer que é ilegal, que sem governantes (ou desgovernantes?), o país entraria em ruptura (faltará muito?) e que, possivelmente, algumas pessoas morreriam, por diversos motivos. E que, por ser ilegal, eles teriam que trabalhar de borla o tempo que fosse necessário.
Há quem ache que a indústria farmacêutica (IF) ganhou rios de dinheiro, mas basta ver, na Exame, as 500 maiores empresas para constatar, de facto, a indústria farmacêutica ganhou tanto - ou menos - como tantas outras; como o turismo, como a imobiliária, como a automóvel, como o petróleo, como os escritórios de advogados, como a indústria alimentar, como tantas fábricas, como tanta empresa pública. E quê? E agora tem que estar meses sem receber um tostão e não bufar? E continuar a comprar matéria prima, pagar os transportes (que os medicamentos não voam até aos hospitais), os empregados, a logística, os impostos (sim, apesar de o estado não pagar, os impostos já foram pagos e, caso não tivessem sido, haveria penalizações!!).
A indústria farmacêutica anda a pedir dinheiro aos bancos para sobreviver, e as taxas de juro são elevadas. Infelizmente, não há poços sem fundo...
E, como alguém já disse, emprega muita gente. Já empregou mais... E há-de empregar menos ainda, com tanto corte... Não há cú que aguente! (desculpem a linguagem)
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